A CRIANÇA PORTADORA
DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E A SUA INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR
CAMILA MARTINS VIANA SOARES
RESUMO
Este trabalho aborda o tema portadores de necessidades educacionais especiais e como a escola regular está recebendo estes alunos. Organizou-se o trabalho de modo a fornecer subsídios para que os professores possam compreender quanto é importante considerar a individualidade do educando, atendendo às suas necessidades. A educação é um direito de todos, mas sabe-se que ainda são muitas as pessoas que não têm acesso à escola por apresentar alguma deficiência e, muitas vezes por imposição da própria família, ficam segregadas, fora do âmbito escolar. Muitas vezes espera-se que o aluno se adapte à escola, sem que a escola tenha condições físicas de receber este aluno e oferecer-lhe condições de permanecer e aprender na escola. Incluir é muito mais que receber apenas o aluno no espaço escolar, é também favorecer o seu aprendizado, respeitá-lo como sujeito ímpar, oferecer situações favoráveis à sua aprendizagem, sem deixar que, por apresentar alguma necessidade educacional especial, o aluno deixe de desfrutar de todos os momentos que propiciem o seu pleno desenvolvimento. Espera-se que o trabalho forneça informações acerca do que é inclusão e de como a escola poderá se tornar verdadeiramente inclusiva.
Palavras-chave: Inclusão. Educação. Família.
INTRODUÇÃO
Quando
se fala em inclusão, há de se esperar que o termo aconteça de modo a tornar a
vida das pessoas cada vez mais com qualidade.
O trabalho tem como tema, Portadores de Necessidades Especiais e sua inclusão na escolar regular e, para tanto, buscará trazer subsídios que auxiliem os educadores no atendimento aos alunos portadores de necessidades educativas especiais. Sua relevância consiste no fato de que, a partir das considerações aqui expostas, pode-se refletir acerca do que é a inclusão e de como se deve incluir para que o portador de necessidades educativas especiais tenha uma vida digna e com qualidade.
O trabalho tem como tema, Portadores de Necessidades Especiais e sua inclusão na escolar regular e, para tanto, buscará trazer subsídios que auxiliem os educadores no atendimento aos alunos portadores de necessidades educativas especiais. Sua relevância consiste no fato de que, a partir das considerações aqui expostas, pode-se refletir acerca do que é a inclusão e de como se deve incluir para que o portador de necessidades educativas especiais tenha uma vida digna e com qualidade.
A
criança que nasce com alguma deficiência ou que a adquire no decorrer da sua
vida tem no seu cotidiano uma série de dificuldades. São muitos obstáculos e
muitos desafios a serem alcançados. Não é apenas a deficiência apresentada que
torna o aprendizado, às vezes, difícil, mas também e, principalmente, a atitude
da sociedade em relação às suas dificuldades. Nesse sentido, sofre a criança,
diante de todos esses preconceitos e sofre a família, que geralmente não
encontra muito apoio nas instituições por onde passa.
Os
objetivos do trabalho consistem Buscar subsídios para os educadores que atuam
com alunos portadores de necessidades especiais além de mostrar como, de fato,
a inclusão acontece no cotidiano brasileiro. Também e buscará apresentar as
principais maneiras de atuação dos professores diante de alunos portadores de
necessidades especiais.
O trabalho buscará responder aos seguintes questionamentos: como incluir um aluno portador de necessidades educativas especiais na escola regular? As escolas possuem estrutura física para atender a estes alunos? Através da inclusão os alunos portadores de necessidades educativas especiais têm todo o desenvolvimento de que necessitam? Que atendimentos e orientações são destinados aos pais desses alunos?
O trabalho buscará responder aos seguintes questionamentos: como incluir um aluno portador de necessidades educativas especiais na escola regular? As escolas possuem estrutura física para atender a estes alunos? Através da inclusão os alunos portadores de necessidades educativas especiais têm todo o desenvolvimento de que necessitam? Que atendimentos e orientações são destinados aos pais desses alunos?
A
escola é uma instituição aberta a todos, é um direito de todos adentrar na
escola e nela permanecer, tendo a sua individualidade respeitada. Portanto,
este ambiente deverá está preparado para atender a todos os alunos,
independente das suas dificuldades. O espaço escolar deve ser adequado para os
portadores de necessidades educativas especiais e nãos os estudantes que têm
que adequar-se ao espaço escolar.
O
trabalho foi realizado através da pesquisa bibliográfica. Foram pesquisados
sites, revistas, livros e periódicos que tratam sobre a inclusão e sobre o
atendimento dentro das escolas aos portadores de necessidades educativas
especiais. Em seguida fez-se a seleção daqueles que são de interesse para o
trabalho.
Dividiu-se
o trabalho em três capítulos. O primeiro
capítulo trata sobre a inclusão do aluno portador de necessidades
educativas especiais na escola regular, ressaltando como estão estruturadas as
escolas que recebem estes alunos.
A segunda parte do trabalho ressaltará a importância que é dada ao tema inclusão dentro das instituições escolares, bem como ao que dizem as leis sobre o tema em questão.
A terceira e última parte do trabalho trata sobre a parceria que deve ser estabelecida entre a escola e a família, ressaltando-se a importância do atendimento que se destina à família do aluno portador de necessidades educativas especiais.
A segunda parte do trabalho ressaltará a importância que é dada ao tema inclusão dentro das instituições escolares, bem como ao que dizem as leis sobre o tema em questão.
A terceira e última parte do trabalho trata sobre a parceria que deve ser estabelecida entre a escola e a família, ressaltando-se a importância do atendimento que se destina à família do aluno portador de necessidades educativas especiais.
CAPITULO 1 – A INCLUSÃO DO ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
A inclusão
Gonçalves (2005) cita que no Brasil há 24 milhões de pessoas que apresentam
algum tipo de deficiência e que isso deve ser tratado como uma questão social
de interesse de todos. Nos diversos períodos da história da humanidade, a
deficiência era vista de diferentes maneiras.
Na
Idade Média, por exemplo, a deficiência era entendida como uma degeneração humana,
sendo que as pessoas portadoras de deficiência eram abandonadas, mortas ou
ficavam sujeitas à crenças ligadas ao sobrenatural. Havia, nessa época, para
aqueles que apresentavam deficiências a marginalização social, a segregação, o
asilamento e o prognóstico da incurabilidade. Era comum que muitos portadores
de necessidades educativas especiais sofrerem diversos tipos de humilhação. Foi
somente a partir do século XX que a sociedade passou a compreender o conceito
de diversidade, defendo o direito de singularidade de cada indivíduo.
Segundo
Cavalcante (2005) na maior parte das escolas brasileiras a inclusão das
crianças portadoras de necessidades educativas especiais não acontece da
maneira que deveria realmente acontecer. A referida autora cita que talvez por
falta de informação ou até mesmo pela omissão de muitos pais, dos educadores e
do poder público, muitas são as crianças que ainda vivem isoladas em
instituições especializadas, privadas de convier com as demais crianças em uma
escola regular. Pois, a partir da convivência das crianças portadoras de
necessidades educativas especiais dentro de uma escola regular, haverá muitas
possibilidades de desenvolverem plenamente as suas potencialidades, além de
quê, as demais crianças aprenderão a conviver com um colega que necessita de
seu apoio e da sua compreensão. Haverá nisso uma troca que favorecerá o
aprendizado de todos. Como cita:
O motivo principal de elas estarem na escola é que lá vão encontrar um espaço genuinamente democrático, onde partilham o conhecimento e a experiência com o diferente, tenha ele a estatura, a cor, os cabelos, o corpo e o pensamento que tiver. Por isso quem vive a inclusão sabe que está participando de algo revolucionário. (CAVALCANTE, 2005, p. 40)
Também
Mantoan (2003) cita que as escolas de qualidade são espaços educativos de
construção de personalidades humanas autônomas e críticas. Segundo a autora,
nessas escolas os alunos aprendem a valorizar a diferença a partir da
convivência com seus pares. Nessas escolas as aulas são ministradas embasadas
em relações de afetividade. Uma escola que funciona dessa maneira estará aberta
às diferenças e os educadores são capazes de ensinar a turma toda sem
discriminação.
0.2 Cuidados diferentes para cada deficiência
0.2 Cuidados diferentes para cada deficiência
1- Quando a escola recebe um aluno portador de necessidades educativas especiais, deve estar preparada para atender às suas necessidades. Algumas orientações são norteadoras para que a atuação vá de encontro ao que cada sujeito necessita.
Quando
a escola recebe um aluno que apresente deficiência auditiva, se faz necessário
que na escola exista um professor ou um monitor que seja especializado na
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Pois para que a comunicação com a criança
aconteça é importante que o professor da sala e as demais crianças aprendam a
comunicar-se através da Língua Brasileira de Sinais.
No
caso de alunos que utilizam aparelho auditivo, o professor da sala deverá obter
junto à família da criança o funcionamento e a potência do aparelho utilizado.
Para que o aprendizado aconteça mais sistematicamente, o professor também
poderá fazer uso de representações gráficas. Outro fator importante se refere à
comunicação direta com o aluno, pois todos devem falar sempre de frente para
ele, o que facilita a compreensão da situação comunicativa.
Quando
o aluno atendido apresentar dificuldades visuais existem determinados materiais
que devem ser usados para que as situações de aprendizagem sejam realmente
significativas para ele: o uso de regletes ( uma espécie de régua para escrever
em braile). Se faz importante que o professor saiba como se dá o uso desse
material, que seja capacitado para este fim. Algumas orientações que devem ser
passadas para o aluno no que diz respeito à locomoção, comunicação e
acessibilidade. É necessário, por exemplo, colocar cercados no chão, abaixo dos
extintores de incêndio e também deve ser instalados corrimões nas escadas, caso
existam escadas na escola. Também é
importante que não se modifique a disposição dos móveis e utensílios da sala,
pois o aluno aprende a posição em que se encontram e usa essa orientação para
locomover-se na sala de aula.
Quando
a escola recebe um aluno portador de deficiência física os espaços das escolas
devem ser adequados as suas necessidades e não o contrário. Não é o aluno que
deve adaptar-se à escola, mas sim a escola que deve ser adaptada para atende às
necessidades do educando. A adaptação do espaço físico deve conter: rampas de
acesso, barras de apoio e portas largas, móveis adequados para tender as
necessidades do aluno.
No
caso de alunos que fazem uso de cadeiras de rodas, deve-se atentar para que a
posição seja mudada constantemente evitando desconforto e cansaço para o aluno.
Se faz importante questionar aos pais do aluno se existem posições adequadas
para ficar e o professor deve certificar no decorrer das aulas se esta posição
está correta.
Nos
casos em que a escola recebe alunos portadores de deficiência mental deve
possuir uma equipe que possa realizar um acompanhamento individual e contínuo.
Sabe-se que, geralmente os deficientes mentais têm dificuldades para operar idéias
abstratas. O professor deverá receber todo o apoio dos profissionais
especializados para que possa oferecer ao aluno condições de aprendizagem
adequadas às suas necessidades, de modo que o mesmo tenha todas as suas
potencialidades desenvolvidas.
Existem
algumas posturas que devem ser adotadas pelos educadores para favorecer o
aprendizado e crescimento do aluno, tais como: posicionar o aluno já nas
primeiras fileiras de modo que possa está a todo instante está sempre atento a
ele; estimular o aluno a desenvolver habilidades interpessoais e ensiná-lo a
pedir instruções e solicitar ajuda; trata-lo de acordo com a faixa etária,
somente deverá adaptar os conteúdos curriculares se receber orientações de uma
equipe de apoio multiprofissional; avalie a criança sempre com base no seu
crescimento individual e respeitando o que ela é capaz de fazer até aquele
momento, sem jamais comparar o seu desenvolvimento com o dos demais colegas da
sala.
O
professor deverá estar atento às
necessidades de cada aluno, para que a partir dessa observação possa auxiliá-lo
nas dificuldades que o mesmo apresenta. É importante afirmar que nem sempre
quando um aluno vai mal e toda a sala tem um desenvolvimento satisfatório, esse
aluno apresenta algum tipo de deficiência. Deve-se considerar que, muitas vezes
a forma como é ministrada a aula atinge determinados alunos, mas não foi a
forma correta para atender a necessidade de aprendizagem de outro. Daí a
importância do olhar sempre atento do professor.
CAPITULO 2 - A ESCOLA E A INCLUSÃO
Camargo
(2005) define que para que todas as necessidades dos alunos portadores de
necessidades educativas especiais sejam verdadeiramente atendidas se faz
necessário que os professores e todos os outros profissionais saibam como atuar
de modo a atender estas necessidades. Não se pode falar de inclusão quando
dentro da instituição escolar a equipe não tem o devido preparo para atender
aos alunos. Muitas vezes é fundamental a atuação de uma equipe
multidisciplinar.
Também
Baptista e Rosa (2002) tratam sobre o tema inclusão, afirmando quão importante
é a integração da pessoa portadora de necessidades educativas especiais. Os
autores citam que na Itália, país em que há um alto índice de inclusão existem
alguns critérios nas escolas para que a inclusão seja realmente eficaz para o
aluno. Como citam os autores mencionados:
A
limitação numérica de 20 alunos para as classes que possuem alunos com
necessidades educativas. A presença de, no máximo, dois alunos com necessidades
educativas especiais em uma sala. A presença de um professor de apoio para
atuar junto à classe, como suporte de todos os envolvidos (professor e alunos).
(BAPTISTA E BOSA, 2002, P. 131)
Outra
autora que trata sobre os portadores de necessidades educativas especiais Maria
Tereza Mantoan (2003) que diz ser a inclusão uma das melhores maneiras para que
as escolas revejam diversos fatores dentro do seu quadro.
O aluno portador de necessidades educativas especiais não pode ser tratado como um sujeito que não tem habilidades a serem desenvolvidas. Deve-se acreditar e investir no seu potencial.
O aluno portador de necessidades educativas especiais não pode ser tratado como um sujeito que não tem habilidades a serem desenvolvidas. Deve-se acreditar e investir no seu potencial.
A
escola inclusiva oferece a todos as mesmas oportunidades. Mantoan (2005) em
entrevista concedida à Revista Pátio (2005, p. 24-26), quando questionada sobre
o que é inclusão diz que:
É
a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilegio
de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva
acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência
física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para
todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro
motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus ou
até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é
interagir com o outro.
Cada
aluno que a escola recebe deve ser visto dentro da sua singularidade,
independente das necessidades que este apresenta, ele é um ser único e que tem
direito à educação de qualidade. O espaço escolar deve ser organizado de modo a
tornar a educação acessível a todos os alunos. A LDB nº 9394/96 tem um capítulo
destinado à Educação Especial e, em seu artigo 58 diz que a Educação Especial é
uma modalidade destinada aos portadores de necessidades educativas especiais e
que deve ser ofertada, de preferência na escola regular e, se necessário, os
serviços especializados atuarão juntamente com a escolar regular em que o aluno
está matriculado.
Mesmo
com as leis diversas que buscam assegurar aos portadores de necessidades
educativas especiais todos os seus direitos, é importante que cada cidadão
procure compreender o quanto é importante que a sociedade esteja pronta a
oferecer a todos boas condições de acesso e permanência na escola, no mercado
de trabalho e no meio social em geral.
2.1 Os direitos dos portadores de necessidades educativas especiais
Em
dezembro de 1982 foi aprovado na Assembléia Geral das Nações Unidas o Programa
de Ação Mundial para pessoas com deficiência. A principal finalidade desse
programa é servir de base para todos os países interessados em lutar para
defender os direitos das pessoas portadores de deficiência, de forma que as
mesmas tenham os seus direitos garantidos.
Outro
marco importante aconteceu em 1990, em Jomtien, na Tailândia, foi aprovada a
Declaração Mundial sobre Educação para todos. Esta declaração serve de
referência para governos, organizações internacionais, ONGs e todos que estão
interessados e envolvidos na meta de Educação para todos.
No
ano de 1994 foi elaborada pela Unesco e pelo governo da Espanha a Declaração de
Salamanca de Princípios, Política e Prática para as Necessidades Educativas
Especiais. Consta nessa declaração o princípio de integração e preocupação em
garantir escola para todos. Como se afirma, a Declaração de Salamanca:
Proporcionou
uma oportunidade única de colocação da Educação Especial dentro da estrutura de
“Educação para todos” firmada em 1990. Ela promoveu uma plataforma que afirma o
princípio e a discussão da prática de garantia de inclusão das crianças com
necessidades educativas especiais. (UNESCO, 1994, p. 15)
A
Declaração de Salamanca cita ainda quão importante é que os governos executem
ações que acolham todas as crianças na escola, independentemente de condições
físicas, sociais, intelectuais, emocionais e linguísticas.
A
inclusão, como conseqüência de um ensino de qualidade para todos os alunos,
provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais
para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas
práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e
reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível
básico.
O
motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as
pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas
públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades
de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias
da educação especial e suas modalidades de exclusão.
O
sucesso da inclusão de alunos portadores de necessidades especiais com na
escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos
significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das
práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes. E só se consegue atingir
esse sucesso, quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns
alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino
é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada.
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.
É
de suma importância que o aluno portador de alguma necessidade educacional
especial seja visto como um sujeito eficiente, capaz, produtivo e
principalmente um ser que tem aptidão para aprender a aprender. Esse aluno deve
receber todo o apoio para que se desenvolva em toda a sua potencialidade.
Todos
têm direitos à educação, isso é um direito que é assegurado por lei e que
precisa ser cumprido para que se garanta a todos o seu pleno desenvolvimento e
o pleno exercício de sua cidadania. Independente de qualquer necessidade,
transtorno ou distúrbio que apresente todo e qualquer aluno merece ser tratado
em condições de igualdade com os demais, não se pode de forma alguma excluir o
aluno das situações vivenciadas na escola. O que se pode é criar condições que
assegurem a todos as melhores formas de aprender e de atender as suas necessidades.
Na
luta por uma educação que respeite a individualidade de cada sujeito pode
entrar todo e qualquer cidadão que esteja comprometido com o crescimento e
desenvolvimento da sociedade.
A
LDB 9394/96 em seu artigo 59 prescreve que é de responsabilidade dos sistemas
de ensino assegurar aos educandos com necessidades especiais a sua efetiva
integração na vida no meio social, inclusive criando condições de inserção no
mercado de trabalho para aqueles que possuem condições de exercer uma
profissão.
Mesmo
tendo garantido por lei o seu acesso e permanência na escola, sabe-se que o
aluno portador de necessidades educativas especiais ainda não tem todos os seus
direitos garantidos, uma vez que, a Educação Especial ainda é mal interpretada
e questionada. O que pode ser considerado como favorável é que, cada vez mais
cresce o reconhecimento por parte da sociedade e dos responsáveis pelas
políticas públicas a necessidade de atender a todos, sem discriminação.
O
que faz uma escola ser realmente inclusiva, inclui, acima de tudo, o seu
projeto pedagógico. Pois de acordo com MANTOAN (2005) quando se trata de
inclusão é importante considerar que não se trata apenas de se colocar dentro
da escola rampas e banheiros adaptados, mas sim uma a modificação nas práticas
pedagógicas, com atividades e programas diversificados afim de atender as
potencialidades de cada sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem.
Todos têm o direito a aprender e isso deve ser visto dentro da capacidade que
cada sujeito apresenta, cada um têm as suas condições e isso deve sempre ser
levado em consideração pela equipe escolar.
Ao
educador que atua com alunos que apresentam alguma deficiência é de
responsabilidade está sempre atento às reais necessidades e dificuldades que o
educando apresenta. Em determinados momentos se faz importante que o aluno
receba um cuidado mais individualizado, uma atenção maior para que as suas
potencialidades sejam desenvolvidas plenamente. O aluno tem capacidade de
aprender, mas é de suma importância que o professor saiba como organizar as
atividades de forma que o aluno possa desenvolvê-las. Deve-se sempre respeitar
o ritmo de aprendizado de cada um. Isso vale para qualquer sujeito aprendiz,
seja ele um aluno com deficiência ou não.
CAPÍTULO III- PARCERIA ESCOLA E FAMILIA DO ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
3.1 A família
Sabe-se
que para a família do aluno portador de necessidades educativas especiais não é
tarefa fácil lidar com todas as adversidades encontradas na sociedade, pois
elas vão desde barreiras reais até aquelas que existem baseadas nos
preconceitos que ainda existe na sociedade. Como cita Wise (2003):
O
entendimento de que um bebê é diferente, e de que pode apresentar uma variedade
de limitações é o começo de uma longa e dura luta para garantir o melhor para
tal criança. Alguns pais sabem, desde o nascimento, que seu filho terá
problemas duradouros. Se o diagnóstico é óbvio, eles receberão a notícia logo
após a criança nascer. Esse é um momento crítico, e a maneira como eles recebem
o diagnóstico pode ter um efeito duradouro sobre a atitude e as respostas dos
pais para com as dificuldades de seu filho. Os pais lembram para sempre a forma
como a notícia foi dada, do quão apoiadores os profissionais foram e que
mensagem subjacente foi transmitida. (WISE, 2002, p. 17)
Se
faz importante que no contato com os pais, os professores e a coordenação da
escola questionem que tipo de ajuda o aluno necessita, qual o tipo de
medicamento faz uso, que horários são determinados para ir ao banheiro, por
exemplo, se tem crise e quais procedimentos devem ser adotados.
Para
incluir verdadeiramente os portadores de necessidades educativas especiais, a
escola necessita contar com a participação da família do mesmo. A família tem
um significado de grande importância, principalmente no que se refere ao lado
emocional do aluno. É a partir do convívio familiar que se estabelecem as
relações sociais, é a família a primeira instituição social que o sujeito está
inserido. Por isso, a importância de que a escola a todo instante tenha a
família como parceira.
Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) utilizaram como base o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) e determinaram que existem princípios que servem
de orientação para a educação escolar. Seguem as idéias centrais que regem
esses princípios, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Dignidade da pessoa humana - Implica
respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer tipo, acesso
a condições de vida digna, respeito mútuo nas relações interpessoais, públicas
e privadas.
Igualdade de direitos - Refere-se à
necessidade de garantir a todos a mesma dignidade e possibilidade de exercício
de cidadania. Para tanto há que se considerar o principio da equidade, isto é,
que existem diferenças (étnicas, culturais, regionais, de gênero, etárias,
religiosas, etc) e desigualdades (socioeconômicas) que necessitam ser levadas
em conta para que a igualdade seja efetivamente alcançada.
Participação - Como principio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participação popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc...
Co-responsabilidade pela vida social - Implica partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabilidade de todos a construção e a ampliação da democracia no Brasil.
Participação - Como principio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participação popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc...
Co-responsabilidade pela vida social - Implica partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabilidade de todos a construção e a ampliação da democracia no Brasil.
Se
faz importante que a integração da pessoa portadora de necessidades educativas
especiais também abarque a família, ela deve está inserida nesse processo para
que a aceitação e a adaptação aconteça de modo a fazer com que o pleno
desenvolvimento do sujeito aconteça. A todo o momento o mais importante é o
bem-estar do portador de necessidades educativas especiais, a sua melhor
qualidade de vida e o atendimento às suas reais necessidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
escola é um espaço ao qual todos têm direito ao acesso, porém é de suma
importância que aqueles que nela ingressam tenham todas as suas necessidades
verdadeiramente atendidas. Os alunos portadores de necessidades educativas
especiais não são diferentes dos demais ditos “normais”, pois, cada sujeito
apresenta a sua singularidade e a escola como instituição que atende a todos
deve levar essa singularidade em conta em cada sujeito que atende.
Sabe-se
que ainda existe muito preconceito contra os portadores de necessidades
educativas especiais, porém, também já foram quebradas muitas barreiras. Prova
disso é o maior acesso destes à escola regular. E não apenas o acesso, mas o
acompanhamento, o desenvolvimento que muitos têm conseguido atingir.
A
sociedade, a família e as instituições têm buscado juntas soluções e
encaminhamentos para fazer com que todos os portadores de necessidades
educativas especiais possam desenvolver todas as suas potencialidades. Não tem
sido tarefa fácil, porém, há a cada dia melhores resultados. Isso mostra que
quando todos se unem em prol de uma boa causa não há como não atingir os
objetivos almejados. O melhor de tudo é observar que a inclusão dos alunos nas
escolas regulares tem sido feita de modo a fazer com que sua qualidade de vida
melhore, que ele se sinta parte de um grupo e que, neste grupo ninguém é
exatamente igual. Cada sujeito que faz parte dele é diferentes, aprende de uma
forma diferente e deve ser tratado de acordo com as suas peculiaridades.
Ainda
há muito para fazer, mas a bandeira da inclusão já foi levantada e tem
conseguido fazer a luta valer a pena. Com isso ganham a sociedade, a escola, a
família e os portadores de necessidades educativas especiais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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muito bom me ajudou muito no meu TCC pois não sabia por onde começar muito bom
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